quinta-feira, 11 de junho de 2015

Vendia fermento dizendo que era cocaína

Uma guarnição da Polícia Militar prendeu na última terça-feira (9) no Bairro da Paz, em Parauapebas, Breno Monteiro Campos, de 18 anos, acusado de vender por R$ 50 uma mistura que, supostamente, era cocaína, mas não passava de fermento em pó desses utilizados em massa de bolo e um medicamento, ainda não identificado, para anestesiar cães.

A polícia chegou até o jovem após ele ter sido denunciado por vizinhos por suspeita de estar traficando drogas. "A noite ele passava vendendo e um cidadão que percebeu a movimentação nos informou quando a gente estava passando. Abordamos o suspeito e ele confessou que realmente estava comercializando droga", informou o soldado PM Dias.

Após fazer uma busca na residência de Breno Campos, a polícia encontrou uma lata do fermento e medicamentos, além de uma parte da mistura já embalada. "Ele misturava fermento em pó com remédio para cachorro e chegava a uma química com efeito semelhante ao da cocaína. Estava vendendo isso e aparentemente o pessoal estava gostando”, acrescentou o policial.

O rapaz foi encaminhado à 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, onde o delegado plantonista André Tavares ficou numa situação difícil de ser resolvida. O problema é que Breno só poderia ficar preso se o remédio for substância proibida no Brasil ou se aparecesse alguma vítima comprovando que ele havia fornecido o produto para ser inalado.

“Ele poderia até responder por estelionato, se houvesse vítima, mas ninguém veio reclamar, porque seu entorpecente não foi comercializado como estava previsto”, comentou o delegado, acrescentando que o produto apreendido foi encaminhado para o Centro de Perícias Científicas "Renato Chaves". O suspeito não informou o nome do produto que vinha utilizando e nem a forma como estava confeccionando a cocaína falsa.

"Observamos um pó que aparentemente é fermento, e tem também embalagens com uma substância que ainda não conseguimos identificar. Ela será encaminhada para perícia para se verificar se há alguma substância proibida pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], um entorpecente, que possamos relacioná-lo ao tráfico. Caso contrário, será impossível manter Breno encarcerado”, informa o delegado.

Breno Campos foi ouvido em depoimento e a Polícia Civil aguarda o resultado do laudo para poder pedir ou não a prisão do suspeito. Procurado pela reportagem, ele preferiu não se manifestar. (Vela Preta/Waldyr Silva)

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